segunda-feira, janeiro 22, 2007

Review: Ópera

Newton Moreno, dramaturgo pernambucano e um dos mais festejados do teatro nacional contemporâneo, volta ao Recife para assinar a estréia de Ópera. A peça, um gay play assumido, mistura sensibilidade, humor e cenas bastante polêmicas. Os quatro atos que, na verdade, são adaptações de contos que Newton pretende lançar sob forma de livro, discutem em tempo integral a questão homossexual.


Dirigida por Marcondes Lima, o espetáculo conta com os atores Arilson Lopes, Fabio Caio, Ivo Barreto, André Brasileiro, Dirceu Siqueira e Tatto Madini, com participação especial da transexual Andrea Closet. A montagem da peça é de Angu de Teatro e a produção executiva de Gheuza Senna.

Sinopse do espetáculo:

Ato I – O Cão: narra-se as desventuras de um pastor alemão gay e os reflexos sobre a família de seu dono quando sua condição chega ao conhecimento público. O conto chega ao seu ápice com a morte, por envenenamento, de Surpresa e seu marido vira-lata Benvindo. É uma comovente metáfora sobre a intolerância, encenada como novela radiofônica.

Ato II – O Troféu: trata da historia de Pedro, ou Petra, um jovem angustiado por se sentir inadequado em seu corpo e condição masculina. Ao ser diagnosticado como portador de câncer de mama, como sua tia, ele passa a se considerar uma mulher de verdade. O quadro tragicômico é apresentado no formato de fotonovelas, aos moldes daquelas publicadas na década de 1960.

Ato III – Culpa: conta-se a hitória de Augusto, um soropositivo, consumido pelo remorso de ter correspondido ao amor de um companheiro mais jovem. Tentando eximir-se desse sentimento, ele procura, de forma desesperadora, encontrar um novo parceiro para seu amado. A historia é encenada explorando os elementos estilísticos e o maneirismo presentes nas cenas de telenovelas brasileiras da década de 1980.

Ato IV – Ópera: o conto que empresta o nome ao espetáculo, trata de um caso de um caso de submissão amorosa mantida entre um homossexual cantor de ópera e um garoto de programa. Encenado como um melodrama; uma micro-ópera pós-moderna ambientada em 2000.

O espetáculo marca com uma ultima cena que conta com a presença de Adrea Closet, interpretando a música Beautiful da cantora Christina Aguilera. Essa cena, a qual achei uma punhalada no preconceito mas foi bastante criticada por diversos amigos meus, é talvez a mais polêmica de toda a peça. Mas não vou contar para não estragar o espetáculo.

Pra quem puder ver , não perca a oportunidade.
Beijos

Nenhum comentário: